24 de out. de 2011

FIC- "NUNCA CONUVIDE UMA DAMA PARA JOGAR XADRZ SE NÃO SABE PERDER" (HARRY POTTER)


Severo Snape não podia acreditar em sua má sorte. Além de ser azarado por Potter e passar as últimas duas semanas na Ala Hospitalar, ainda tinha um mês de detenções com a professora McGonagall para cumprir. E tudo porque o popular apanhador da Grifinória havia contato sobre o episódio ocorrido depois dos N.O.M's no ano anterior. A acusação de chamar Lílian Evans de sangue-ruim foi o suficiente para que McGonagall explodisse, passando um sermão tipíco e descontando pontos e mais pontos da Sonserina, causando raiva nos colegas da casa. Como se ele precisasse de alguém para lembrá-lo do dia em que perdera a amizade da garota que amava.
Snape balançou a cabeça para espantar as memórias, concentrou-se na porta à sua frente e bateu.
-Entre.-convidou McGonagall com o tom rígido habitual.-Boa noite, sr. Snape.
-Boa noite.-respondeu ele baixinho.
-Acredito que se lembre do motivo para estar em detenção?
-Sim, professora.-o aluno engoliu em seco.
-Agredir verbalmente uma aluna do modo como o senhor fez poderia causar sua expulsão imediata, caso o professor Dumbledore não fosse o diretor dessa escola. Eu, particularmente, não seria tão tolerante.
Snape assentiu, não duvidando sequer por um segundo da afirmação da severa professora de Tranfiguração.
-Hoje eu quero que o senhor copie as páginas marcadas desses livros.-ela colocou uma pilha de pesados e grossos livros a sua frente.-Com uma letra legível, diferente dos garranchos que o senhor costuma fazer.-finalizou McGonagall se sentando e parecendo esperar alguma manifestação.
Snape não protestou e puxou para mais perto o primeiro livro da pilha, notando que se tratava de um complexo livro sobre Transfiguração e presumiu que aquela fosse a matéria exigida nos N.I.E.M's que teria que fazer no próximo ano.
-Não me lembro de sua presença na orientação vocacional do ano passado.-falou a professora de repente.
-Eu não preciso de orientação.-respondeu ele amargamente.
-Todos nós precisamos de ajuda, sr. Snape.
O aluno ignorou completamente o comentário da professora enquanto tentava, sem muito sucesso, deixar sua caligrafia pequena e apertada mais fácil de se ler. Passaram-se dez minutos sem que qualquer barulho se não o do riscar da pena no pergaminho fosse ouvido, então uma batida na porta interrompeu o silêncio.
-Entre.-convidou McGonagall pela segunda vez.
A pena nas mãos de Severo caiu quando, ao olhar de soslaio, viu uma garota de cabelos acaju, olhos verdes e com um reluzente distintivo de monitor nas vestes.
-Professora, desculpe a interrupção, eu...-ela percebeu a presença de Snape, mas fingiu não se importar.-Eu vim trazer um bilhete do professor Dumbledore.-Lílian entregou o pedaço de pergaminho e esperou a professora terminar a leitura pacientemente, seus olhos passeando pela sala e evitando a visão do que antes fora o seu melhor amigo.
-Diga ao diretor que não poderei comparecer a reunião de hoje a noite.
Lílian concordou.
-Boa noite, professora.
-Boa noite, Lílian.
Snape abriu a boca para também desejar uma boa noite, mas se calou. Lílian o odiava, e ele não podia culpá-la por isso.
-Terminou, senhor Snape?
-Não.-o aluno voltou rapidamente a copiar a matéria avançada de Tranfiguração, aproveitando para memorizar as informações que continham nos livros.
Outra batida interrompeu a concentração de ambos os ocupantes da sala.
-Entre.-convidou McGonagall pela terceira vez.
O direto Dumbledore apareceu com um largo sorriso.
-Boa noite, Minerva, sr. Snape.-o diretor tinha um tom divertido e maroto.-A senhorita Evans passou aqui há poucos minutos.
-Sim, Alvo. E minha resposta continua a mesma.-Minerva estava decidida.
O diretor pareceu um pouco desapontado com a teimosia da amiga.
-Entendo perfeitamente.-e voltando-se para Snape, aconselhou.-Nunca convide uma dama para uma partida de xadrez se não sabe perder.
McGonagall bufou e da maneira mais educada que conseguiu, expulsou o diretor da sala.
-Volte a sua detenção, sr. Snape.
Snape concordou, tanto com McGonagall como com Dumbledore. O garoto entendera o sentido na frase do diretor e se sentiu um pouco melhor sabendo que seu coração não era o único que fora partido naquela noite.


THE END